29
Dez 08

Amor, sentimento que nos enlouquece

 

O amor, tanto se escreve sobre este sentimento que poderá dar-nos as maiores alegrias, vivenciarmos a magia nele contido, preparar com a coragem de vencer um dia de cada de vez mas porém, há porém um senão:
Ninguém é de ninguém, quem imaginar que poderemos amar incondicionalmente alguém que nos pertencerá, mentira é um engano. Num momento estaremos a contemplar a magia do amor que nos envolve numa pureza de momentos e de um momento para o outro,  tudo se evapora. Sentimos totalmente perdidos, a naufragar em pleno oceano sem horizontes sem um raio de sol. Perdidos, a sabor da maresia  a turvar o nosso olhar.
Amor, sentimento que nos enlouquece, que nos aquece nas manhãs frias de Janeiro, Amor escaldante. No momento que,  esse amor divino nos acontece, uma vez na vida do qual consideramos o nosso Amor verdadeiro, é só uma única vez nas nossas vidas, não tem um botão “replay” para nos acontecer quando nos apetece. Na verdade poderá surgir para uma temporada, num propósito que nos fazer crescer, e depois poderá desaparecer num dia de nevoeiro. Outras vezes, surgirá numa estação para voltar a renascermos para a beleza da vida, voa no fim da época como uma andorinha que por aqui, passou. Sendo que acabaremos, por passar um bom momento, acharemos ser a personagem principal de uma história que esperamos não ter fim.
Amor, palavra expressada por tantos poetas, por cantores, por pseudo-apaixonados ou por palavra por palavra, nunca saberão quem somos e o que dizemos é verdadeiramente sentido no nosso interior. Só o tempo, sempre nos dirá, será o nosso amigo do aconchego das nossas lágrimas, só o tempo nos observará as nossas alegrias e o nosso encanto, só o tempo nos fará olhar com outros olhos, aqueles mesmos olhos que outrora, embelecia e agora escorrem lágrimas de grande mágoa. Só o tempo revelará o verdadeiro momento e a razão dos acontecimentos.
Mas não amamos por amar, sentimos apaixonados, deliramos o momento, vivemos livremente sem qualquer barreira e abertamente sem temermos de nos ferir, sentimos saudades da ausência, acreditamos que no amor não iremos sentir dor,... mas é pura mentira. Choramos pela sua perda, tentamos mais uma vez acreditar que no Amor não iremos sentir qualquer dor... ilusão.
Amar é uma entrega absoluta sem qualquer barreira, mesmo que nos magoem, que nos desfiram, que não seja o que pensávamos que seria… amar é uma dádiva e não um receber o que quer que seja, dando-nos para além de nós próprios mesmo que isso signifique perder alguma coisa… amar pode ser a perda de nós mesmos em prol de alguém que precise mais do que eu próprio preciso e pode significar, portanto, dor, lágrima, choro, tristeza, amargura, infelicidade, desespero, quiçá até mesmo desamor… amar não é sorrir e dizer: Que bom, amei verdadeiramente! … E permitir esse alguém possa seguir o seu novo rumo, o seu novo caminho mesmo que não se cruze com o nosso. Amar é deixar partir sem amarrar, de forma que se tiver que seguir que o possa fazer, livremente. Amar é uma descoberta por descobrir num labirinto de emoções, amar é saber querer amar…
Voz do vento...
publicado por Voz do vento às 23:52 | comentar | favorito
sinto-me: Melancolica
música: João Pedro Pais - Mentira
02
Set 08

Fala-me de amor...

 

Numa brisa de manhã de Agosto, pára no tempo e revê o tempo de outrora que não volta. Não quer que volte mais. Sonho de uma mulher - criança que idealizou sonhos, amor incondicional, um companheiro para a vida inteira. Sonhos atraiçoados, tristeza amarga, promessas quebradas. E o porquê que paira. A mente que tagarela o pensamento, incriminando-a por algo que não correu bem. Supõe  que é a culpada. Cria em si, a culpa pelo facto de não ter corrido bem os sonhos tal como idealizou. E nesse precioso momento, deverá parar com tais pensamentos que perturbam e que a leva à loucura.

 

A frustração e a insegurança tomam os seus lugares como reis do tempo. O medo da solidão chega, logo a seguir fica petrificada no tempo que pára à sua passagem. Adormece na dor, na mágoa, sente-se que nada valeu e apenas é uma pessoa ingrata porque não aproveitou a oportunidade de ter um companheiro ao seu lado. Companheiro que dedicou todo o seu tempo, os sonhos que adiou, os projectos que abdicou.

 

Foi e era a personagem principal e acreditava que foi ela que simplesmente, falhou!

 

Estará cega, não se ouviu a si própria, o chamamento da dor, esqueceu daquelas noites longas de tortura com palavras quando não concordava com a situação do momento com a imposição de conceitos e preconceitos. A tortura dos sentidos com as palavras " senão, então será assim e assim..."

Viver na ilusão de ser correspondida ou de ser amada é viver sem nada porque a sensação é a mesma. Vazio.

 

Quem foi essa pessoa escolhida foi alguém que no momento surgiu para a fazer sair do "casulo" da inocência. Alguém que na sua inocência acreditou nas  palavras " trabalhadas e melodiosas" e considerou como sábias.

Alguém que o colocará num pedestal em primazia ao seu próprio SER.

 

Desrespeitou a si própria por aquele alguém, abdicando da sua profissão seja qual fosse a que queira ter seguido para esse alguém ser um profissional liberal de renome, reconhecido entre os seus pares com estatuto alcançado e ela ficou na sombra de algo que acreditava ser incapaz de encarnar. Era o braço direito, a força e a luz na escuridão desse alguém.

 

Os anos passaram a largos passos até aperceber-se que ficou para trás, a gestão da casa, a educação dos filhos, a imagem da perfeição no papel que a  sociedade idealizou para essa mulher será sempre na sombra de um companheiro.

E depois, o tempo passou, os sonhos ficaram como sempre foram - SONHOS porque não os concretizou sempre com a expressão - " Outro dia, irei ver ou saber como poderei fazer!!", "quando tiver condições, agora não, tenho os filhos pequenos, tenho que o ajudar"..

 

 

E desta forma domesticou o seu pensamento, adiando com o sentido do dever a cumprir e a obrigação de agradar esse alguém. Para quê?

Será que esse alguém que tanto teve em consideração que o colocou no pedestal da sociedade, o mereceu.

Acima de tudo a vida é uma aprendizagem e o SER humano deverá ter a capacidade de analisar cada momento da passagem  e esse momento da verdade chegará, mais dia ou menos dia.

Poderá ser da forma que menos esperamos, abruptamente irrompe na sua vida e de forma surreal. E esse alguém cai no pedestal que lhe foi atribuído sem o merecer. Quem o colocou naquele lugar, foi ela. Foi ela que menosprezou o seu EU e achou que não era capacitada para estar no papel principal da sua própria vida. Não era digna de ser a pessoa principal da sua própria vida, como foi capaz de fazer isso a si própria. Mas fê-lo durante muitos anos, viveu adorar uma personagem que com subtileza a manipulava o seu SER e a abafava com as palavras sem qualquer sentimentos como o apelo constante ao amor.

 

Será que existiu tal amor de tal forma como o retribui-o. Expectativas muito elevadas e desfraldadas mas porque será que a consciência feminina adultera os sentimentos  e com o tempo verificará que sempre haverá uma razão para a qual não queremos ver . Queremos continuar acreditar que é um sonho que os momentos difíceis serão passageiros que as divergências ultrapassadas e a vida continuará. Volta a enganar-se a sua intuição, a desvalorizar as suas capacidades, a menosprezar o seu EU porque foi educada para agradar e não reclamar. No momento que caminha para o fundo do precipício , sozinha em que todos aqueles que a rodeiam desviam o olhar, não há um estender de uma mão de amparo. Só a escuridão à sua volta.

Para erguer-se em princípio entrará na escuridão, na dor, na angústia de momentos difíceis até conseguir ver, novamente, a luz que a ilumina. Poderá demorar muito tempo.

 

A ausência da paz interior, a auto - estima baixa, o deixar de gostar de si própria, os pensamentos negativos destrutivos apoderam-se dela. Não consegue estabelecer os limites para a sua liberdade. Amar alguém  não significa que tenha que anular-se como ser humano e dar o privilégio ao outro. Amar não significa mergulhar na escuridão para a felicidade do outro. Amar é uma partilha  de dar e receber entre dois seres. Numa relação emocional a partilha tem que ser simultânea e repartida para ambos os lados. Não poderá existir um só lado a batalhar unilateralmente para a sobrevivência da relação. Não resultará.

 

Haverá sempre uma altura em que tudo desmoronará e sentirá uma enorme frustração. A frustração apodera de si e seguir vêm a mágoa, a dor, o ódio e não conseguirá perdoar de forma a libertar o seu SER. Mergulha sem conseguir recuar nessa escuridão sem fim e deverá continuar em frente é uma voz interior que sussurra. Mas como o farei?

Sentirá perdida num vazio que se apodera do corpo, da mente, sentirá debilitada física e psicologicamente. Acredita que não voltará a ser a mesma. Sente a desorientação atormentar-la. Não vê a luz ao fundo do túnel nem  uma porta abrir-se para acolhê-la.

Mergulha em cada degrau que a levará ao precipício.

E agora? O que farei?

 

Questões que a mente atormenta e que não dá qualquer resposta. Valeu a pena tanta dedicação para ficar num fargalho. Valeu a pena tanta abdicação para tão pouco ou nenhum reconhecimento ou até agradecimento.

Tal como se afirma " partiu a cara"- A queda é imediata e destrói tudo à sua volta.

A reconstrução do seu SER, a sua reabilitação é demorada, deve-se principalmente, ao crescimento de cada um perante as adversidades e as contrariedades apresentadas. Ser capaz de perante os erros e as falhas cometidas saber tirar o partido e olhar como se nova oportunidade se tratasse para permitir o crescimento e amadurecimento pessoal e espiritual.

É uma passagem que a  cada um será permitido o fortalecimento do SER que somos, a demonstração da tenacidade, a coragem que a persistência na luta ou  permitir a derrota da vida e deixarmos ser vencidos e abolirmos como vítimas perante as circunstâncias da vida. A escolha é nossa. A cada um de nós caberá o livre arbítrio da nossa salvação ou condenação.

Somos aquilo que queremos acreditar em ser. Como se a nossa passagem reflectisse na procura constante da perfeição. É uma verdade, todo o ser humano procura a perfeição, a felicidade, o estatuto privilegiada, algo perfeito, a satisfação plena.  A perfeição adquirida ao longo da vida, aos momentos áureos e às quedas que com sabedoria nos permitirá crescer e amadurecer como seres.

 

 

 

FALA-ME DE AMOR

Acabei por ter
um fraco por ti.
Que foi como veio,
e eu não percebi...

Pergunto como está,
a velha certeza:
-será que tu sabes, o que correu mal?

-É que hoje eu já sabia dizer:
Ama-me
Leva-me,
para lá, do meu horizonte
-Falando de amor...
-Fala-me de amor...

Segue-me, prende-me,
Para lá, do meu horizonte
-Falando de amor...
-Fala-me de amor...

Quero-te dizer,
que ainda estou aqui;
Todo o tempo á espera
de ti.

Quero-te alcançar,
e estou a pedir,
para ser como era,
quando te conheci...

 

letra de SANTOS E PECADORES

 

 

Voz do vento...

publicado por Voz do vento às 21:46 | comentar | ver comentários (3) | favorito
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sinto-me: Mergulhada no passado
música: Fala-me de amor - Santos e Pecadores